quarta-feira, 6 de abril de 2011

Crônica - "O Beijo da Morte"

A noite era silenciosa, e nem o vento frio assobiava como antigamente e tudo estava quieto e em um silêncio total. Lá fora apenas escuridão e frio...


Os latidos dos cachorros rompiam esse terrível silêncio e o relógio da vida estava naquele momento paralisado. A fumaça de seu velho cigarro era a sua única coisa que lhe tranquilizava e aquecia enquanto ele via a vida passando trancado naquele quarto sem poder fazer nada.



Aquele quarto cheio de lembranças ruins só lhe trazia mais dor e angústia. Ele sabia que o relógio da vida continuava seu curso, mas ele não fazia mais parte disso, ele sabe que está condenado a passar teus últimos dias trancado ali, dentro daquele quarto frio e úmido. Apenas ele e a solidão daquele quarto...



A dor dominava todo o seu corpo pálido e mortal, e as velhas lembrança de sua vida ainda lhe atormentavam e toda essa tortura estava acabando com ele. Enquanto isso, algo dentro dele grita querendo sair - Novamente...



Ele agora observava cada canto daquele quarto e já perdendo sua vida, ele via cenas de um passado triste e solitário, onde tudo o que vivera não era nada e ele lamentava por tantas vezes ter chorado e lamentado sozinho, uma vida onde não havia ninguém que quisesse escutá-lo e ajudá-lo.



Ele mordia os lábios, como se sentisse prazer em beber teu próprio sangue, mas ele sabia que isso era obra da fera feroz que habitava dentro dele, e que agora queria sua liberdade - mais uma vez. Aquele maldito a quem ele cupa por toda sua desgraça, motivo pelo qual ele estava ali, trancado dentro daquele quarto frio e solitário. Ele nunca quis fazer mal a ninguém, mas esta fera que habita dentro dele tem uma sede incontrolável de sangue e dor. A respiraçã dele estava ficando cada vez mais difícil, e já era possíel ver suas lágrimas escorrerem entre teus olhos cheios de dor. Ele continuava a lamentar sua maldita existência, enquanto ao fundo soava uma melodia fúnebre entoada ao piano...


Aquela melodia o remetia a tempos passados... Tempos este, que ele jamais queria voltar a lembrar, tempos de dor e angústia, e ele já não aguentava mais. E neste mesmo instante, seu corpo cai ao chão se contorcendo em dor. E no momento que ele cai, aquela coisa detestável e horrível consegue mais uma vez se libertar... Ele sucumbe, mas a fera renasce mais forte e vingativa...



O pobre homem procura pelo teu velho cigarro apagado, e neste momento, já sem forçar, fica paralisado, sabe que seu fim está próximo. E enquanto seu corpo se contorcia em dor naquele chão frio e imundo, ele espera ansioso pelo beijo da Morte...





By Bruna

2 comentários:

  1. Belo texto podemos dizer que é o início do outro a cima... adorei muito...como digo sou seu fan numero um rsrsr... bjs

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  2. Sim... é exatamente isso... Olha só, bem observador vc!!!

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